domingo, 11 de dezembro de 2022

 Hoje dormi. Dormi muito. E agora, que surpresa, estou com insônia.

Cansada demais para trabalhar, ansiosa demais para relaxar.

Um dia após o outro seguimos assim. Respirando fundo, acolhendo todas as partes de mim.


domingo, 13 de novembro de 2022

A derradeira hora

 A prorrogação da prorrogação. Aquilo que seria inviável, de acordo com a banca que apresentei o cronograma inicial da pesquisa. 

Aquilo que talvez não devesse ter se estendido tanto. Ao mesmo tempo, é isso: esse é o possível. 

Depois que passar lembrarei disso como? Que deveria ter feito mais? Aproveitado melhor o processo?

Estou num domingo de sol no sítio no quarto em frente ao computador. Preciso e quero terminar tudo isso. Aproveito a jornada, aprendo, entendo que existem meus limites também.


segunda-feira, 10 de outubro de 2022

 Uma vontade imensa de mudar. De deixar de ser quem sou agora, de pular o tempo. Uma ansiedade absurda, misturada com paralisia. Vontade de sair correndo, sumir, deixar de existir, parar de sentir. 

Nada disso faz sentido. Mesmo assim minha cabeça não sai desse looping. Não consigo me manter acordada e nem dormir. Tudo passa devagar e o tempo corre. 

Um misto de desespero e desesperança. De tristeza com toques de melancolia. De solidão. 


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

J(o)ão

 Eu não sabia que amor podia ser leve assim.

Não sabia que era possível conversar sobre os mal entendidos sem virar a culpada.

Ou que dava pra ser feliz indo no cinema numa segunda só porque é possível. 

Tudo sobre o amor é clichê e um tanto cafona. Nem ligo. Quero gritar ao mundo todo que quero estar com você. 

Veja, eu não preciso de você. E nem você precisa de mim. Juntos ou separados a vida aconteceria.

Estarmos juntos é uma escolha nossa. Que faz sentido, faz bem e é tão leve que fica fácil parecer que não tem nada de racional nisso.

Não que precise ter, afinal, é amor. Mas eu te vejo. E você me vê. E a vida é boa com você.

domingo, 14 de agosto de 2022

Tempo, tempo, tempo

 Fui abatida ontem por uma nostalgia absurda. Do que vivi, do que nem vivi ainda e nem sei se vou viver. Como se eu estivesse vendo o filme da minha vida por fora, sabendo que sentirei falta dessas pessoas, dessa vida, desse momento. Tentando aproveitar e me sentindo terrivelmente culpada por ter que trabalhar o tempo todo. Ainda assim, procrastino, deixando menos tempo para tudo que preciso e quero fazer. Sinto-me animada em alguns momentos e completamente exausta nos momentos seguintes. 

É como se mesmo eu podendo agir me sentisse presa. Quase como se não tivesse pleno controle das minhas escolhas. Mas quem tem, né? Trabalhar é necessário. Mas o tempo é o tecido da vida e não nele existe preço, só valor.

Por vezes sinto culpa por estar roubando algo do João que eu não tenho mais. Ou de me colocar em uma situação em que vou pressioná-lo eventualmente. E eu olho para ele e sinto amor e respeito. Sinto que é recíproco. 

Me esforço tanto e mesmo assim acho que vou decepcionar todo mundo. Que não vou dar conta do mestrado, que não vou dar conta de morar sozinha, que sou uma imensa fraude. Eu sei que não sou, mas esses pensamentos irracionais me invadem e eu não sei o que fazer. Sinto vontade de chorar, de fugir, E agora lembrei que não deveria ter bebido ontem por causa do efeito que tem junto com o ansiolítico. E toda vez que bebo fico assim. Pronto, mais culpa e mais decepção. Para melhorar, não remei nenhum dia essa semana. Perdi minha parceira e a que seria a nova me abandonou. Quanto mais o tempo passa, mais solitária fico. 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Decepção

 Estou decepcionada comigo mesma. Pela minha falta de vontade, falta de foco, falta de determinação. Meus dias passam rápido e eu não sei o que estou fazendo direito com o tempo que tenho. Preciso terminar o mestrado, mas me sinto paralisada todas as vezes que sento para escrever. Me sinto exausta a maior parte do tempo. Sinto a vida escorrendo pelos meus dedos. 

Fico ansiosa o tempo todo, sem conseguir viver no presente. Sinto meu peito formigando e o peso de um elefante em cima do meu tórax. É difícil respirar e mais difícil seguir em frente. Pior ainda é me sentir estagnada. Estou tentando pedir socorro, mas é tão difícil. Quem poderia mesmo me ajudar? Quem está disposto a isso? Queria fugir de mim mesma.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

J. A. M. M.

Gosto das nossas conversas despretensiosas. De como é fácil rir com você e como você sempre tem um assunto novo. 

Gosto dos seus olhos doces e da sua voz e o jeito como você fala comigo. Gosto até da sua irritação com a minha chatice.

É fácil sair e conversar com você. É fácil fazer planos. E não quero criar expectativas ou pular etapas. Só viver o momento presente com você. Do jeito que for bom pros dois.

Ela chata e ele besta. E vamos seguindo juntos enquanto fizer sentido.


quarta-feira, 11 de maio de 2022

Panela de pressão

 A panela de pressão com água demais explode.

Não importa que tenha mais de um dispositivo de segurança. 

Não importa que haja alguém de olho.

Se excede sua capacidade não há o que a segure.


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Como faz quando nada está bom?

Quando não há motivo para acordar, quando tudo parece pesado, moroso e desesperador?

Como você faz quando se sente acuado e sem poder fugir?

Se esconde, grita, chora, pede socorro?

Tenta uma saída seja ela como for?

E se você sentir que está deixando seu corpo?


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A verdade é que não importa o quanto eu fuja o problema continua aqui dentro. O desespero continua me consumindo. O medo me paralisa. E a dor me afoga.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Grande e pesado

 Não acho que as pessoas entendam um pedido silencioso de socorro. Talvez a culpa seja minha por ser tão forte o tempo todo e entender as necessidades dos outros, muitas vezes passando por cima das minhas próprias.

É difícil se expressar quando nem eu mesma sei o que quero e o que preciso. Só sei que minha vida nesse momento está insustentável. 

Sinto cada fibra do meu ser se rasgando. Deteriorando rapidamente como se envelhecesse muitos dias por vez. Não tenho energia, não quero ninguém, mas não quero ficar sozinha.

Sinto como se não fosse digna de um amor de verdade. Pior é não saber pq Sinto isso. 

O elefante mantém sua pata apoiada firmemente contra meu peito. Não consigo respirar. Não estou morta nem viva. Vivendo no limiar. 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

TPM

 Uma vez vi uma mulher declamando um poema falando sobre TPM, hormônios e tudo que se passava no entremeio. Ela finalizava dizendo: não estou louca, sou cíclica.

Sinto isso de verdade quase todos os meses. Uma raiva incontrolável, tudo aquilo que normalmente consigo esconder por trás de sorrisos e que me afetam mais do que deveria, mas que eu insisto em fingir que está tudo bem, emerge bruscamente. Quase como a erupção de um vulcão, solto fogo pelas ventas e pelos olhos, não consigo fingir que sou cordial e que está tudo bem.

Depois passa e me sinto como eu mesma de novo. Mas pensando bem esse eu raivoso sou eu também. É meu eu mais feio e por isso tão reprimido, mas ainda assim sou eu, cada pedacinho de discórdia, raiva, ranço, tudo isso sou eu também.

E esse eu raivoso também se sente depressivo, com vontade de sumir e sentindo que o mundo está ainda mais cruel.

Mais sensível do que deixo aparentar sempre, me sinto encurralada dentro de minha própria cabeça, com pensamentos que por ora nem parecem meus. Pensamentos de fuga, de fim, de dor. Algo que eu sei que faria disparar alertas nos meus amigos e que portanto me calo sobre eles. A verdade é que estão sempre à paisana, espreitando, aguardando as sombras ficarem maiores para se tornarem visíveis.

Eu luto contra eles, mas às vezes me permito sentir esse desespero dentro do peito. Às vezes não tenho escolha mesmo, o elefante chega e pisa em cima do meu coração, tornando minha respiração lenta e difícil, fazendo com que pareça que tudo se resume à essa dor e à falta de ar que segue e me persegue. A ansiedade, sempre tão presente, toma conta. Nada mais é claro, tudo e nada são prioridades e só consigo pensar se ainda sei respirar.

domingo, 16 de janeiro de 2022

(De novo a procrastinação) Ah, o mestrado.

 É uma mistura de síndrome do impostor com cansaço, pandemia e anemia.

Um tanto de vontade de deitar.

Uma preguiça misturada com sono.

Ao mesmo tempo tem os sonhos com você, querida dissertação. 

A soma de orgulho com a prova do valor.

Esse semestre, prometo, serei só tua.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

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A paixão para se manter precisa de presença. Constância. Não vou fingir que penso em você todos os dias, pois seria uma mentira.

Mas quando lembro de você e do seu sorriso sinto o coração descer pro estômago, como se revirasse tudo aqui dentro. 

Até quando eu não sei. Mas queria receber uma mensagem sua despretensiosa. Te confesso que sinto sua falta.