segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 Encarar o cadafalso e sentir a corda atraente. Sentir-se com a corda no pescoço a todo tempo.

Mover-se para baixo, em direção ao chão. 

Deitar-se imóvel.

Os dias nublados se parecem iguais. A chuva que teima em cair, oras leve, oras violenta. A árvore que cai no caminho.

O caminho desviado. A dor.

Vontade de fugir, de sair dessa pele que nem sei se habito de fato.

O aperto no coração, a angústia, a lágrima escorrendo no ritmo da chuva. 

Por vezes quase torcendo por algum sintoma que possa ser desculpa, que seja compreensível. Algo que me dê descanso, já que paz talvez não haja.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Mar

 Meu final de semana foi ótimo, cheio de encontros positivos, música, família e amor. Mesmo assim me sinto esgotada desde então. Como se eu não pudesse me divertir por conta de tudo que preciso fazer. Como se fosse errado dançar ou rir ou ver um jogo porque eu deveria estar trabalhando. 

Sinto-me ansiosa, tensa. Sentindo a respiração pesada no peito. E uma dor que não sei de onde vem nem quando vai. Escrever continua sendo um refúgio terapêutico de organização das ideias e sentimentos. Entretanto as vezes não é tão eficiente nem tão rápido quanto eu gostaria. Ansiosa até mesmo para me sentir bem, claro. 

Me sinto a deriva no mar. As vezes indo em direção a costa de forma pacífica, por outras sendo arrastada, sufocada, perdida na quebra das ondas que me empurram para baixo.

Tento sempre encarar de frente, não importa o tamanho do desafio. Sinto-me pequena diante da vida, aí lembro que aprendi a mergulhar para deixar a onda passar. E o mar, com o humor que for, é sempre um bom professor, basta querer aprender.