quinta-feira, 23 de maio de 2024

E mais um fim...

 E chegou ao fim meu amor doce, leve, saudável, que me fez ver luz ao final do túnel.

O que me fez sonhar de novo. Fazer planos improváveis. Sair da minha zona de conforto.

Que me respeitou em cada momento e cada escolha.

E que agora segue um caminho mais distante do meu.

Te manterei guardado no peito, João, numa caixa transparente com muitas lembranças boas dos quase dois anos que nosso relacionamento altamente improvável durou. E todos os planos de viagem, de casa, do clube de remo, de morar no Japão ou em Caxias do Sul... Esses eu guardo também, mas lá no fundo, para não doer tanto quando eu me confrontar com eles.

Você me ensinou a leveza de poder se relacionar com alguém que te enxerga e te ama como você é. Alguém te sonha junto.

Apesar de saber que era o melhor, até para a gente continuar sendo amigo e tendo respeito um pelo outro, não dá pra mentir e falar que tá tudo bem por aqui. Não tá. Mas vai ficar... 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

 Quanto maior a angústia, maior a vontade de escrever. Deve ser por isso que tudo aqui está meio preto e branco. Enfim. Tenho me sentido nublada.

Não sei explicar bem o que é, mas não consigo me sentir cem por cento bem. É como se houvesse uma nuvem sob a minha cabeça o tempo todo.

Uma nuvem invisível para os outros, mas que para mim é uma constante lembrança de que as coisas não estão bem. Não consigo ver graça nas minhas atividades rotineiras e estou com dificuldade para fazer planos.

Tento sonhar, mas parece tudo longe e difícil demais. Me sinto constantemente encurralada e sinto vontade de fugir. 

Fugir para onde?

Fugir de quê? Se foram minhas escolhas que me trouxeram até aqui.

Socióloga que sou, sei que existe mais do que apenas minhas escolhas no meu caminho. Mesmo assim, é impossível não me responsabilizar por tudo que consegui... E por tudo que não consegui.

Me sinto uma adulta incompleta, sem família, sem perspectiva de ter um marido e filhos. Me sinto sozinha. Terrivelmente solitária num mundo moedor de sonhos.

Tem sido difícil olhar para o horizonte. Tem sido difícil olhar para mim mesma. Não me reconheço mais.

Não sei o que estou fazendo da minha vida. Não faço ideia se estou no caminho certo para ter estabilidade e tranquilidade.

Tudo que eu queria agora era um cantinho no mato para plantar minha comida, viver preocupada com as plantas, o clima e os animais. Fazer muitas coisas manuais, sair da frente da tela do notebook e, definitivamente, sair das redes sociais que tanto me oprimem e deprimem.