quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

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 Os tristes pensamentos que surgem com o desespero pelo fim (inevitável) do prazo. Um sentimento de frustração e especialmente de exaustão, misturados com um branco que parece tornar opaco tudo em que toca. Uma vida opaca, um desespero, tudo que não era para ser. Sigo. 

Sigo porque não existe outra opção. Sigo porque tentarei até o fim, seja como for. Não há espaço dentro de mim para pensar que desisti antes de cruzar a linha. 

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

As caixas dentro de nós

O que mais tem te ocupado por aí?
Aqui tenho várias caixinhas repletas de pequenas coisas.
Caixas maiores pras pessoas que mais amo e que mais me preocupam.
Um quarto pro trabalho, uma caixa grande do remo. Um monte de legos no chão do mestrado. A caixa tão grande que acabou vazando. Uma que eu estou doida pra colocar num depósito, reunir tudo e despachar. 
Algo que não parece mais que cabe aqui.
Que me machuca, ocupa espaços valiosos e não deixa organizar as coisas como quero.
É isso, um fim tenebroso é melhor do que um terror sem fim.
Obrigada, Lucia, pelas lições e pela paciência.
Sigo sendo paciente.

domingo, 26 de novembro de 2023

A soma de tudo que eu queria ser

 Não adianta. 

Eu vejo as luzes, sinto o calor, mas tudo parece escuro.

Sinto-me constantemente usada.

Como se meu valor fosse apenas do que ofereço

Como se não precisasse receber nada em troca...

Aqui onde não há luz as migalhas parecem maiores.

Aqui onde não há luz eu me sinto pequena.

Não há uma solução mágica possível.

Não existe uma poção para eu crescer ou o que faça que queiram me amar.

O amor vem de graça ou não vem.

Eu e minha mania de trocar minha alma por um punhado de afeto.

Implorando carinho e atenção. 

Pedindo que alguém olhasse pra mim e entendesse que não, não está tudo bem.

Não, eu não estou dando conta de tudo.

Que alguém me falasse se eu sou de fato boa em algo ou só medíocre em tudo que faço. 

Que eu tivesse valor, não preço.



segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Remando

 Ao remar minhas mãos ficam machucadas

Crio bolhas, depois calos, tira pedaço, volta pedaço.

Vejo o sol nascer de um ângulo diferente. 

Faço e mantenho amigos.

Pessoas que gosto.

Quando estamos juntos no mesmo barco, com o mesmo objetivo, nos unimos pelas diferenças. 

Nos unimos, ponto.

É como se naquele instante nada mais importasse.

Uma remada por vez, uma remada melhor do que a outra.

A vontade de se manter nessa ordem suspensa é enorme.

Mesmo com a dor e a exaustão tudo faz sentido naquele instante.

Me sinto em casa. 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Os sentidos adormecidos

Tenho vivido no limiar.

Uma divisão entre mundos tanto do trabalho, quanto da família.

Há também a ansiedade, que me empurra em todas as direções ao mesmo tempo. 

Mas só por hoje eu quero viver uma coisa por vez.

Só por hoje quero ser inteira em tudo que eu faça.

Só hoje. 

Independentemente do que a vida traga para mim, quero poder viver plena a todo momento.

Quero sentir que posso respirar sem obstruções.

Quero poder falar de forma calma e não reativa.

Quero que meus pensamentos obscuros se dissipem e não vejam a luz do dia.

Que tudo fora do meu controle não me paralise.

E que eu aja com força e determinação naquilo tudo que realmente faz sentido pra mim.

domingo, 8 de outubro de 2023

Em alguns momentos existe clareza.

Respiro fundo, fazendo exercícios mentais de visualização dos meus objetivos e, principalmente, me focando em estar e permanecer no presente.

Tudo que se arrasta pelo tempo é mais difícil. 

O tempo que me arrasto torna isso tudo pior. 

Passos pequenos são tudo que possuo agora. Não existe possibilidade de corrida, pois é só a constância que vai me fazer alcançar meus objetivos.

Então, de novo, respiro. Mentalizo. Acalmo e clareio minha mente. Permito que meus medos surjam e eu diga para eles que eles terão seu tempo. Só não agora. Só por hoje, não. 

Entender minhas limitações e que não existem fórmulas mágicas.

Curtir o processo, linha a linha, até a chegada. Visualizar a linha de chegada. O após. O amanhã que levou o dobro do esperado. E ainda assim, o amanhã que vai existir. De um jeito ou de outro, resistir ao cansaço. 

Respirar.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O agora. E agora?

Nossa vida começa cheia de possibilidades. Tudo parece possível quando a criança nasce. Claro que não é tudo possível. Quem seria eu se estudando e vendo como a posição da família é determinante no crescimento da criança dissesse que sim, tudo é possível?

Mas enfim... Mesmo não sendo, parece. Traz esperança. E com a esperança vem a expectativa.

Depois vamos crescendo. A cada ano, a cada descoberta, vimos as habilidades, facilidades e dificuldades de cada criança. Vamos incentivando suas forças, entendendo o que cada uma gosta de fazer e no que quer se dedicar. E as escolhas vão afunilando cada vez mais as possibilidades. 

Com a vida adulta esse processo está a pleno vapor. As mudanças continuam sendo possíveis, claro, mas a custos cada vez mais altos. E aí em que lugar ficam os sonhos?

Me questiono sobre meus sonhos. O que é só devaneio, pensamento raso, e o que é de fato um desejo profundo? E, além do sonho, o que é, de fato, possível?

Dado o que vivi até aqui, quanto mais eu consigo avançar em direção a esses desejos sem sucumbir na miséria, nas dívidas, na tristeza? Que escolhas levam até eles? E que escolhas que mantenho me afastam de vez dessas possibilidades melhores?

domingo, 2 de julho de 2023

A última prorrogação possível

 Incompetente. Ineficaz. Procrastinadora. Lerda. 

Preciso trocar. Por confiante. Capaz. Eficaz. 

Qualquer coisa que me faça terminar o mestrado.

Qualquer coisa me faça ter uma perspectiva diferente.

O que for pra poder ter o titulo. 

quinta-feira, 29 de junho de 2023

4x

 Remando a vida parece tão simples... 

Você tem um objetivo, faz o seu melhor, dá seu sangue, sono, suor e lágrimas. E aí vê no que dá. 

A vida poderia ser mais simples tb

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Esses somos nós

 A vida vai seguindo. Dias melhores que outros. Por vezes me sinto anestesiada ou completamente exausta.

Acompanhando de perto meus amores viverem e sofrerem. E por vezes só podendo oferecer um leite, um colo, um café. Um ouvido que seja. Acolher. Sem julgar.

A vida vai seguindo. Vamos aprendendo a ver melhor uns aos outros, a notar tudo que está ao redor. Tanto ainda passa despercebido, mas ainda assim estamos atentos. Amando uns aos outros. Descobrimos nossa potência com nossa união. 

sábado, 20 de maio de 2023

As escolhas de tudo que virá

 A vida segue a passos rápidos. Muito a se fazer e pouco tempo pra isso. Um ritmo alucinante de quem tem pressa.

Pressa de que? De chegar ao túmulo mais rápido? De dormir um pouco a mais? De realizar mais? Realizar o que?

Que escolhas realmente importam? Especialmente agora que olho pro lado e me sinto sem um futuro único e brilhante 

As escolhas que faço definirão tanto pela frente... mas quem disse que eu consigo ver o caminho criado por cada escolha dessas?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 Encarar o cadafalso e sentir a corda atraente. Sentir-se com a corda no pescoço a todo tempo.

Mover-se para baixo, em direção ao chão. 

Deitar-se imóvel.

Os dias nublados se parecem iguais. A chuva que teima em cair, oras leve, oras violenta. A árvore que cai no caminho.

O caminho desviado. A dor.

Vontade de fugir, de sair dessa pele que nem sei se habito de fato.

O aperto no coração, a angústia, a lágrima escorrendo no ritmo da chuva. 

Por vezes quase torcendo por algum sintoma que possa ser desculpa, que seja compreensível. Algo que me dê descanso, já que paz talvez não haja.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Mar

 Meu final de semana foi ótimo, cheio de encontros positivos, música, família e amor. Mesmo assim me sinto esgotada desde então. Como se eu não pudesse me divertir por conta de tudo que preciso fazer. Como se fosse errado dançar ou rir ou ver um jogo porque eu deveria estar trabalhando. 

Sinto-me ansiosa, tensa. Sentindo a respiração pesada no peito. E uma dor que não sei de onde vem nem quando vai. Escrever continua sendo um refúgio terapêutico de organização das ideias e sentimentos. Entretanto as vezes não é tão eficiente nem tão rápido quanto eu gostaria. Ansiosa até mesmo para me sentir bem, claro. 

Me sinto a deriva no mar. As vezes indo em direção a costa de forma pacífica, por outras sendo arrastada, sufocada, perdida na quebra das ondas que me empurram para baixo.

Tento sempre encarar de frente, não importa o tamanho do desafio. Sinto-me pequena diante da vida, aí lembro que aprendi a mergulhar para deixar a onda passar. E o mar, com o humor que for, é sempre um bom professor, basta querer aprender.